quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sugestão da Semana

A minha homenagem vai esta semana para um grande senhor do jazz que infelizmente já não se encontra entre nós. O seu nome é Michael Brecker. Nascido a 29 de Março de 1949 nos Estados Unidos da América, em Filadélfia, veio a falecer vitima de um síndrome que antecede essa terrível doença que é a leucemia.

Reconhecido por muitos como o saxofonista mais influente na história do jazz a seguir a John Coltrane, Michael Brecker teve a felicidade de tocar literalmente com toda a gente no planeta e de deixar um legado musical sem precedentes na história do jazz. O seu pai um pianista amador introduziu o jazz na vida de Brecker desde tenra idade e Michael via o rock não como um inimigo a abater mas como uma forma de explorar musicalmente outros caminhos, todos eles viáveis.

Começou por estudar clarinete, depois o sax alto e mais tarde o sax tenor, o que o levou inevitavelmente a Miles Davis... esteve 1 ano na faculdade e aos 21 forma a sua primeira banda de jazz-rock denominada Dreams com o seu irmão Randy, Billy Cobhan e mais tarde forma a Brecker Brothers Band, que terá também aqui um post dedicado.

Em suma, Michael na sua procura pela fusão entre estilos, tocou com os Dire Straits, Frank Sinatra, Herbie Hancock, Joni Mitchell, Lou Reed, etc. Este talentoso músico e compositor tem varios trabalhos memoraveis e sem me alongar mais apresento o trabalho que me encontro a ouvir de momento. Chama-se Now you see it... Now you don't.

Uma gravação da GRP com um elenco de luxo mas que demonstra as potencialidades de Brecker e das suas composições. A fusão perdeu um talento.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sugestão da Semana

Após um período de ligeiro interregno eis que o sofá audiófilo volta à carga... desta feita para falar de um senhor que é um virtuoso organista. Nascido a 10 de Abril de 1971, este musico e compositor de ascendência italiana, oriundo da terra dos Simpson, Springfield na Pensilvânia para ser mais preciso, é um americano que toca não só órgão mas também trompete, para além de vocalizar alguns temas.

Já o seu avo era multifacetado na artes musicais, e dominava o Hammond B3. Escusado será dizer que o pequeno Joey DeFrancesco o acompanhava desde tenra idade, se bem que Joey já tocava piano desde os 4 anos de idade. Foi um passo até que aos 6 anos já se sentava com o seu pai nos gigs e aos 10 já tocava sozinho... DeFrancesco cursou a mesma escola, i.e., liceu que Christian McBride e aos 17 Miles Davis convidou-o para tocar com ele na sua banda na tour do album Amandla (sempre o dedo de Miles Davis).

Nos anos 90 trabalhou com outro grande guru do Jazz e da guitarra John McLaughlin em inumeros trabalhos e desde 2003 que e considerado um dos melhores organistas do mundo, pela Down Beat e pela Readers Poll. Este trabalho que vos trago aqui é um luxo! Uma devida homenagem a Michael Jackson com o cunho pessoal de um talento incomparável no Hammond.

sábado, 10 de setembro de 2011

Sugestão da semana

Nascido a 30 de Junho de 1951, em Filadélfia - Pennsylvania este músico e compositor americano ficou conhecido pela sua forma inovadora de tocar contrabaixo e baixo eléctrico, tornando-se numa das maiores referências mundiais nestes instrumentos. Pode dizer-se com toda a certeza que a sua influência é idêntica á de Jaco Pastorius, tal é a sua mestria, talento e assinatura.

Falo de Stanley Clarke.

Graduado na Philadelphia Musical Academy, trabalhou com outros músicos como Horace Silver, Art Blakley, Dexter Gordon, Gato Barbieri e Joe Henderson, entre outros.Apesar da sua participação em várias bandas sonoras, tornou-se especialmente conhecido pela sua participação no projecto Return to Forever de Chick Corea, que contava com grandes talentos do jazz como Flora Purin, Airto Moreira, Steve Gadd, Earl Klugh, Lenny White, Frank Gambale e Jean Luc Ponty, apenas para referenciar alguns.

Tive já a feliz oportunidade de o observar ao vivo no projecto SMV (Stanley, Miller, Wooten) e foi realmente um festival. 1, 2, to the Bass é o seu 26º álbum e é a referência para esta semana... vale a pena ouvir. Produzido por esse grande senhor Quincy Jones. Até Joe Satriani aparece...

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sugestão da Semana

Pianista de jazz polaco nascido a 23 de Março de 1971, Leszek Mozdzer é decididamente um virtuoso, pertença de uma nova estirpe de músicos de topo, inspiradíssimo e sem duvida uma referência. Ouviremos falar dele no futuro, garantidamente.

Teve o prazer de tocar com alguns nomes conhecidos do Jazz como Marcus Miller, Anna Maria Jopek, John Scofield, Pat Metheny, David Guilmour dos Pink Floyd e Tomasz Stanko só para referir alguns. com uma discografia extensa, Leszek, agraciou-me com um dos seus melhores registos, datado de 2006, denominado Between Us and the Light, que conta com a participação de Lars Danielsson e Zohar Fresco.

Interessantes as influencias árabes na sua fraseologia e o seu carácter introspetivo complementam a sua abordagem ao jazz. Vale a pena!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Sugestão da Semana

Após um pequeno interregno para as bem merecidas férias, o sofá audiófilo trás mais uma sugestão, desta feita de uma das mais conceituadas bandas de (smooth) jazz da actualidade.

Este quarteto americano teve na sua formação original nomes como Nathan East (baixo), Bob James (teclas), Lee Ritenour (guitarras) e last but not least Harvey Mason na bateria. Em 1997 Lee sai deste projecto e o grupo escolheu o famigerado Larry Carlton como substituto. Hoje é Chuck Loeb, outro guitarrista exímio que substitui Larry neste projecto.

Heartfelt não é o melhor album dos Fourplay (ouvir Elixir ou Between the Sheets)mas acompanha regularmente o meu sistema, i.e., quando pretendo relaxar do frenesim da fusão, Fourplay é a escolha natural. Predispõe-nos para a calma pardacenta das tardes solarentas de Setembro que já se avisinham...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pode não se gostar do estilo mas o homem tem talento...



quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sugestão da Semana

Mudando um pouco de ares, até porque faz bem ouvir outras coisas, outros estilos, e acalmar do frenesim diário do quotidiano, a que o jazz também nos leva, sugiro esta semana algo que vale a pena apreciar com tempo e quiçá com um copo de vinho tinto.

Este compositor é Estónio, nasceu a 11 de Setembro de 1935 e é sem sombra de dúvida um dos mais proeminentes compositores de musica sacra em todo o mundo. Inspirado por várias épocas do período clássico, destacam-se na sua preferência o Canto Gregoriano e o Barroco, naturalmente Bach.

Desde os anos 70 que Avro Part trabalhou num estilo minimalista criado por ele denominado tintinnabuli.

Viveu em Vienna, Austria e apenas regressou à sua terra natal neste século. Dono de uma invulgar capacidade harmónica, este trabalho datado de 2004, intitulado Berliner Messe, Magnificat, Summa é uma verdadeira obra de arte e um deleite para os apreciadores de canto ou corais. Obra em que os tons menores abundam, carregados de substracto.

Se este album fosse uma fotografia, não seria um preto & branco.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Sugestão de Fim de Semana...

Apesar do verão e do sol não ter ainda brindado o nosso continente com aquele cheiro a verão, característico da época, a minha sugestão de hoje será (com toda a modéstia) uma lufada de ar fresco no entardecer deste Domingo que se avizinha solarengo e pardacento...

O pianista cujo trabalho trago hoje a este sofá é uma referência para mim, não só porque já tocou literalmente com toda a gente no planeta, mas porque o seu estilo e personalidade são inconfundíveis. Falo de Joseph Leslie Sample, conhecido por alguns como Joe Sample. Este exímio musico norte americano nasceu a 1 de Fevereiro de 1939 e ficou conhecido pela sua participação como membro fundador da banda Jazz Cruzaders (passou a The Cruzaders em 1971) até 1991, altura em começou a tocar a solo.

Sample começou a tocar piano aos 5 anos de idade, e teve o extraordinário professor Curtis Mayo como mentor. Cedo se notou o seu talento o que lhe valeu um lugar perto de outras grandes estrelas do jazz como Miles Davis, George Benson, Eric Clapton, Anita Baker, etc. Inclui no seu estilo um toque que mistura na perfeição o Jazz, o Gospel, os Blues e até o Latin Jazz.

Datado de 1990, produzido na Warner Brothers, por esse grande produtor Tommy LiPuma, Ashes to Ashes reúne nomes conhecidos do mundo do jazz e da fusão, numa agradável harmonia.
Experimentem...

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Em audição...

Esta semana estarei a degustar mais um album de fusão oriunda da terra do sol nascente e que se avisinha uma grande escolha para passar uns tempos no meu sistema... Pouco conhecida por estas bandas e conterranea da Hiromi Uehara, Kiyomi Otaka é um grande nome do jazz fusão.

Encontro-me neste preciso momento a ouvir o album intitulado Out of Sight de 2001, em que esta organista e compositora, conjuntamente com Dave Weckl e Gary Wills, tocam um jazz de alto calibre. Quaisquer expectativas em relação a este trio são dissipadas assim que ouvimos a primeira faixa, e escusado será dizer que Kiyomi Otaka é realmente uma referência no Hammond, até porque Kiyomi toca este instrumento desde os seus 6 anos de idade.


Vou decerto conhecer a discografia desta talentosa senhora.
Arigato!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sugestão da semana

Após algum tempo de ausência, fruto de umas merecidas micro férias, eis que de baterias carregadas vos deixo aqui uma sugestão fresca para as tardes solarengas que se avizinham... É certo que depois da lufada de ar fresco que o groove exalado dos pulmões da Mindi Abair coloca a fasquia muito alta e que a sugestão desta semana terá de ser digna de se ouvir...

Assim sendo e mantendo o mesmo nível de qualidade falo hoje de um grande musico muitas vezes esquecido e que inclusivamente teve um dueto com um dos grandes nomes da guitarra portuguesa do ultimo século.

Carlos Paredes foi acompanhado por este ilustre musico que já tocou com toda a gente no universo do jazz.

Norte-americano, nascido no Iowa a 6 de Agosto de 1937, Charlie Edward Haden, tornou-se especialmente conhecido pela sua colaboração com outro dinossauro do jazz de nome Ornette Coleman. No entanto, é também conhecido pela sua fraseologia melódica e é hoje um dos mais respeitados contrabaixistas. A título de curiosidade Charlie Haden nasceu numa família de músicos que actuava com frequência na rádio, com temas country e folk.

Haden estreou-se como cantor aos 2 anos de idade, e continuou até aos 15 mas uma forma ligeira de poliomielite danificou-lhe permanentemente as cordas vocais. Nasce o interesse no jazz e no contrabaixo do seu irmão. O trabalho que vos apresento tem a duração de 70 minutos (69:33 para ser preciso) mas são bem passados. À priori a junção entre Charlie Haden e Pat Metheny não parece ser das melhores, até porque Haden será sempre associado ao free jazz e Pat tem naturalmente uma sonoridade muito própria, mas felizmente estes músicos vão além das especulações.

Beyond the Missouri Sky é um album que nos leva para as pradarias do Texas, ao tempos de Tom Sawyer e Huckleberry Finn, para uma viagem entre os sonhos e a magia de um duo de cordas. Uma excelente gravação da Verve (DDD) que data de 1997. A descobrir... numa praia perto de si...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sugestão da semana

Esta semana deixo-vos apenas com música e sem comentários...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sugestão da semana

Esta semana continuamos a desviar-nos um pouco do que normalmente oiço no meu sistema, i.e., da fusão. Os Editors são uma banda de indie rock de Birmingham, cujos membros se conheceram na Universidade de Staffordshire.

Tal como aconteceu com os The XX, o som dos Editors foi uma agradável surpresa num fim de semana que se avisinhava sombrio e chuvoso. Neste album datado de 2009, denominado In This Light and on This Evening podia sentir-se não só um som radical e energético, mas também inumeras referências a bandas como os Depeche Mode, Joy Division, Echo and the Bunnymen, Interpol, e até Talking Heads... foi uma agradavel surpresa.

A voz particular de Tom Smith é direta mas estranhamente apropriada para o fim de semana melancólico que passou. Não sendo uma gravação dita audiófila, apesar de ser um bom registo, marcou-me pela qualidade musical e pela inovação.

Estranhamente envolvente, parecia que havia retornado à sala de aula aos all-stars e ao meu walkman...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sugestão da semana

Esta semana começo com uma sugestão no minimo diferente do que é usual neste espaço. O tempo de antena vai hoje para uma banda que apenas conheci numa curta audição no Audio Show 2011. O setup era absolutamente fantástico, mas a gravação não ficou a dever nada a outras gravações audiófilas que tive a oportunidade de (re)ouvir neste certâme.

Não sendo eu um fã do estilo indie rock, fiquei surpreendido com a qualidade sónica e musical deste trabalho, e por momentos voltei à minha adolescência, aos meus Doc Martens, às borbulhas na cara e aos New Order. Este album foi produzido pelos membros da banda nos estúdio XL, no West London, entre Dezembro de 2008 e Abril de 2009. Não sendo propriamente recente, o single "Islands" foi inclusivamente alvo de um cover de nem mais nem menos que Shakira.

Há quem diga que a banda e o album foram muito mediatizados quer em fóruns quer na imprensa, mas o que é facto é que a sonoridade cativa. Os XX foram originais e denominaram o seu album de XX. Gostei dos The XX.

p.s Sim esta é a capa do album.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sugestão da semana

Este fim de semana revisitei uma banda originária de Buffalo, EUA, que já não ouvia há algum tempo... Foi fundada em meados dos anos 70 e tem 25 albuns com mais de 10 milhões de copias vendidas em todo o mundo. Assim nasceram os Spyro Gyra.

Algures entre o Smooth Jazz, o R&B, Funk, abraçam por vezes um ambiente mais Pop, e contam com excelentes musicos, como Jay Beckenstein (sax) , Tom Schuman na teclas (fundadores), o baixista Scott Ambush e Julio Fernandez nas guitarras.

Parte do universo GRP, fazem agora parte da editora Heads UP e o trabalho que vos apresento é de facil audição. Um verdadeiro deleite!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Outra Sugestão da Semana

Para me redimir da minha breve ausência, esta semana irei apresentar outra boa sugestão na área da Fusão. Este excepcional guitarrista para além de empresário de um número enorme de musicos de renome, é também um excelente produtor. Greg Howe, Yngwie Malmsteen, Scott Henderson, Mike Stern entre outros estão na sua lista.

Fundador da Shrapnel Records, tem na sua lista ou portfólio mais editoras e mais de 790 albuns que abrangem um espectro que vai desde o jazz à fusão passando pelo inclusivamente pelo metal progressivo e o speed metal... No minimo interessante...

Este nativo da Califórnia, mais especificamente da San Francisco Bay, e que dá nome a esta banda, conta neste projecto com a presença de grandes músicos como Frank Gambale, Shawn Lane e Brett Garsed. Centrifugal Funk data de 1991 e é para mim uma referência do Mike Varney Project. Temas abertos com espacilidade e inventividade marcam este album, tem um interessante aviso: "warning, "Contains guitar performances of unparalleled speed, taste and virtuosity. Not for the faint of heart!"

É uma gravação de 1991 da Legato Records, recentemente editada pela Tone Center em 2004, e conta também com a participação de nomes sonantes como Steve Tavaglione, Freddy Ravel, Joey Heredia e Jimmy Earl. Virtuosos e acelerados... vale a pena!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sugestão da semana

Nascido a 11 de Janeiro de 1952, em Los Angeles na Califórnia, Lee Mack "Captain Fingers" Ritenour é um dos mais proeminentes guitarristas norte americanos, mas é também um excelente compositor e produtor. Iniciou a sua carreira profissional aos 16 anos de idade e para além de mais de 3000 sessões de estúdio, gravou mais de 42 albuns.

São notórias as influências do grande guitarrista e pioneiro Wes Montegomery, mas também de outros grandes guitarristas como Joe Pass, Kenny Burrell e John McLaughlin. Geralmente acompanhado das suas Gibson ES-335 e Gibson L5, Lee grava o seu primeiro album na GRP com Dave Grusin, intitulado Harlequin.

No seu percurso musical, tocou com quase toda a gente da cena do Jazz contemporaneo, e para além da participação com inumeros talentos musicais a interação com Ivan Lins mostra também as suas influências brasileiras.

Em 1991 Lee integra o Projecto Fourplay (que será alvo de algumas sugestões da semana) e a magia estava literalmente no ar... O trabalho que hoje vos deixo para audição data de 1993 e é uma merecida homenagem a umas das suas maiores influências - Wes Montegomery. Wes Bound é uma excelente gravação da GRP, quiça das melhores, e é um prazer ouvir a magia que sai dos dedos de Captain Fingers!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sugestão da semana

A torre Wardenclyffe (1901-1917) também conhecida por Torre de Tesla, foi uma antena de comunicações sem fios projectada para a telefonia comercial transatlântica, radiodifusão e para demonstrar a transmissão de energia sem recurso a cabos conectores. A sua estrutura em treliça ascendia aos 18 andares. Por motivos financeiros o projecto nunca foi concluído...

Mas, Wardenclyffe Tower é também o nome de um fabuloso album de fusão lançado em 1992 pela Restless Records, remasterizado em 2007 pela Eidolon Efformation, numa edição japonesa. A musicalidade deste trabalho transcende tudo e todos, uma obra prima que só poucos podem almejar construir. O arquitecto é nem mais nem menos que Allan Holdsworth.

Nascido a 6 de Agosto de 1946, é um guitarrista inglês que com o tempo se tornou numa referência na fusão, visto que tocou também outros estilos. Tem 12 albuns de estúdio e até Frank Zappa se expressou sobre Holdsworth como "one of the most interesting guys on guitar on the planet".

Sem me alongar muito, oiçam e depois digam-me de vossa justiça...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Sugestão da semana

Nascido a 14 de Junho de 1959, William Miller Jr. tornou-se um músico, compositor e produtor norte-americano, que nasceu numa familia musical. Aos 13 era notório o seu dominio do clarinete, piano e guitarra baixo, e para além disso, compunha já algumas canções.

Foi durante 15 anos um exímio músico de estúdio, gravando mais de 500 albuns, com nada mais nada menos que Michael Jackson, Herbie Hancock, Mariah Carey, Elton John, Grover Washington, Chaka Kahn, LL Cool J entre outros.


As suas influencias pertencem a outra geração de "tocadores de baixo" como Stanley Clarke, Jaco Pastorius e Larry Graham.

Mas o que marcou a vida de Marcus Miller (para além do seu toque especial no baixo) e da sua conhecida técnica de slap, foi a possibilidade de tocar com um dos grandes nomes do jazz do século passado, Miles Davis. Miller escreveu "Tutu" para Miles, o que marcou a sua carreira no final dos anos 80. Miller escreveu practicamente todas as musicas do album à excepção de 2 temas.

O trabalho que aqui deixo para audição hoje data de 1993 e tem como tema: The Sun Don't Lie"
Muito bem gravado, e com notórias influências de Miles Davis, tem a participação de alguns dos melhores musicos de jazz do mundo como Paulinho da Costa, o próprio Miles Davis, Kenny Garrett, Joe Sample, entre outros. Um luxo!

O album foi dedicado a Miles Davis. Oiçam e digam-me o que acharam...

terça-feira, 22 de março de 2011

Sugestão (atrasada) da semana

Nem sempre o tempo nos permite desfrutar e partilhar o que de melhor temos nas nossas prateleiras. Longe de ser uma referência em termos audiófilos, apesar de musicalmente ser excepcional, We Live Here, é um trabalho que comporta uma linguagem musical partilhada por um grupo restrito de pessoas que vive e sente a musica de uma forma inigualável.

Produzido pela Geffen Records em 1995, é uma mostra do que o Pat Metheny Group faz de melhor, se bem que existem outros trabalhos de referência deste aclamado projecto. A pandilha que constitui este projecto conta com o próprio Pat Metheny, Steve Rodby, Lyle Mays, Paul Wertico, a voz inconfundivel de David Blamires, Armando Marçal, Mark Ledford e Luis Conte.

Uma palavra de apreço para Pedro Aznar que deixou de fazer parte deste projecto em 1992, porque este senhor tem efectivamente uma voz surreal.

São todos músicos de topo que construiram o seu próprio universo musical, e ao invés de falar particularmente de cada um deles vou falar um pouco do Pat Metheny Group. Foi fundado em 1977 por Patrick Bruce Metheny e por Lyle Mays. Steve Rodby que passou a ocupar um papel preponderante na produção apenas se juntou ao projecto em 1980. Muitos talentos passaram por este projecto, como Jaco Pastorius, Bob Moses, o baterista Danny Gottlieb, Marc Egan (outro grande baixista), entre outros.

Curioso o comentários sobre a participação do Jaco no album Bright Size Life, que oiço com alguma regularidade:

"At the same time, Jaco and I were both really on a mission to find a way to play and find a way to present our instruments in an improvisational environment that expressed our dissatisfaction with the status quo at the time."- Pat Metheny

São sem sombra de dúvida uma das melhores bandas de fusão do mundo. Disfrutem!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sugestão da Semana

Filho de John Francis Pastorius II e da baterista Stephanie Katherine Haapala, Jaco Pastorius (como ficou conhecido) ou melhor dizendo John Francis Anthony Pastorius III, nasceu em Norristown, Pensilvânia em 1951 e foi sem dúvida um dos mais influentes baixistas norte-americanos do século passado.

Para além de seguir os passos do pai, também ele baterista, e apenas como curiosidade, o nome Jaco tem origem não na musica, mas simno desporto, mais especificamente como referência ao lendário jogador de baseball Jocko Colon. Contudo uma lesão no pulso esquerdo comprometeu o seu futuro como atleta e como baterista. Segundo as suas próprias palavras as suas influencias foram : James Brown, Os Beatles, Miles Davis e Stravisnky, nesta ordem, e cita com especial atênção o nome de Lucas Cottle, um baixista neo-zelandês desconhecido.

Em 1974, começa a tocar com nada mais nada menos que Pat Metheny, em 1977 esteve nos Weather Report e nos 80's surgiu a banda Word of Mouth, com performances virtuosas de Herbie Hancock, Peter Erskine e Wayne Shorter.

O seu fim trágico deu-se em 1987, não fruto das suas psicoses maniaco-depressivas mas por causa de uma rixa num bar. Foi assim que se perdeu um talento. O registo que aqui deixo hoje demonstra bem esse talento. Ouvir com atênção por favor...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Sugestão da Semana

Nascido em 1960 na Suiça, Eric Truffaz é para mim uma referência no trompete. A forma em como Eric vagueia pelos silêncios, denota um sentido musical que poucos tem o privilégio de ter. Mistura na sua musica e nas suas composições elementos de hip-hop, rock e dance music fazendo dele uma referência do NuJazz, apesar de por vezes aparecer catalogado algures entre o Jazz Fusão e o Acid-Jazz ou o Post-Bop e o Jazz Groove.

Assinou pela EMI em 1996 mas encontra-se actualemente na Blue Note Records.
O registo que aqui vos deixo é talvez uma das melhores gravações que detenho em formato CD e tem o dedo, leia-se parceria, da JMLab. Irrepreensível, quer a nivel sónico quer em termos de musicalidade apesar de não ser de facil audição numa primeira abordagem.

Primeiro estranha-se, depois entranha-se...
Um must have!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Alterações e Música Erudita à mistura

Esta semana, entre formação e novos projectos, não houve muito tempo para colocar ainda as sugestões musicais desta semana. Como provavelmente ainda não tiveram tempo para digerir as da semana passada, vou contar-vos um pouco do rebuliço, leia-se encontro imediato de 3º grau, que o meu sistema teve. Tive a felicidade de na passada semana disfrutar em minha casa de um amplificador de potência a válvulas que muito me satisfez em termos de sonoridade, traduzindo-se literalemente em horas de prazer.


Este amplificador não representa nenhuma marca conhecida, ou referência de mercado, mas nasceu de um projecto DIY (Do It Yourself). Todos somos relativamente cépticos a este tipo de projectos, e temos tendência a olhar para reviews, para as marcas disponiveis no mercado e para o que vem de fora, ao invés de simplesmente escutarmos ... Felizmente existe ainda empreendorismo nesta àrea e em Portugal. Este amplificador leva 2-3 meses a construir mas é garantidamente uma das minhas próximas aquisições.

Os aparentemente "magros" 13W anunciados como potência máxima do amplificador, just rocked my world... seja devido ao facto de os amplificadores a válvulas terem também uma sonoridade muito própria, seja o facto de as harmónicas pares nos serem apresentadas de outra forma e por isso mais agradaveis à audição, o que é facto, é que os ganhos relativamente ao amplificador de potência que tenho actualmente foram verdadeiramente audiveis e os ganhos sónicos foram qualitativos e quantitativos.

(re)Descobri coisas novas em música velha (é o meu cliché mas gosto dele)... O controlo excepcional, bem como a presença e extensão do grave, um controlo nitido e transversal nos diversos espectros de frequências fizeram toda a diferença, notei também uma maior suavidade e alguma subtileza na gama média e aguda sem no entanto se perderem qualidades na apresentação das vozes e guitarras... permite ao ouvinte estar muito mais concentrado na música que no Hi-Fi propriamente dito, para ser verdadeiro.

Agradou-me pela positiva a coerência que este elemento trouxe ao meu sistema e fica como sugestão para esta semana uma excelente gravação da Divox quer a nível musical quer a nivel sónico, que digeri durante as minhas audições. Le Humane Passioni, é uma obra cativante que nos agarra ao sofá após ouvirmos as 2 primeiras faixas, Il favorito em Mi menor RV 277 e L'amoroso, demonstram bem o talento de Vivaldi, que como sabem não se limita às 4 Estações!...

Não há desculpa melhor para ficar em casa... aproveitem a chuva e boas audições...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ultima sugestão desta semana

É verdade estou nostálgico... agarrei em gravações que já não ouvia há algum tempo e fui recordar o que de melhor a fusão tem... já aqui falei de Keith Jarrett e Chick Corea, mas falta falar de um grande senhor do piano. Nascido a 12 de Abril de 1940, este norte-americano é não só o meu ídolo mas também um pianista brutal, dono de uma harmonia sem precedentes, e o seu contributo para a música não será concerteza esquecido.

Falo de Herbie Hancock. Haveria muita coisa para dizer sobre este ser humano dotado de uma técnica impressionante mas também de uma musicalidade distinta dos demais. Ao fazer parte do segundo grande quinteto de Miles Davis, Hancock redefiniu completamente o que era até então a secção rítmica do jazz, e foi sem sombra de dúvida um dos arquitectos do chamado "post-bop".

Foi um dos primeiros músicos a olhar para o futuro e a adoptar os sintetizadores e o funk, diria mais foi o único que sempre teve a perspectiva de através da música unir os diversos estilos e plataformas. Em 1973 com Harvey Mason, que muito conhecem do quarteto Fourplay, Bennie Maupin, Paul Jackson e Bill Summers, Herbie lança o álbum HeadHunters.

Foi de muitas maneiras uma demarcação e fronteira onde a música estava e para onde ia... Foi um dos álbuns de fusão mais vendidos em todo o mundo, apresentando texturas que até então seriam impensáveis, e que influenciaram muitos músicos do século 20.

Uma gravação já remasterizada da Columbia Records com SBM (Super Bit Mapping) que permite perceber um pouco do talento e do legado que Herbie Hancock já deixou no nosso planeta.

Outro clássico quentinho a ouvir nestas noites frias...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sugestão da semana

Ao mesmo tempo que desfruto da minha companhia e solidão, encontro-me neste preciso momento a ouvir um dos melhores e inovativos projectos de fusão já alguma vez criados. Seriam poucos os adjectivos para qualificar a magia, inventividade e experimentalismo que Joe Zawinul, Jaco Pastorius, Manolo Bandrena, Wayne Shorter e Alex Acuna imprimiram nos Weather Report.

Heavy Weather tem uma aura especial que nos transporta para o espaço sideral sem sequer termos saído no nosso sofá... Foi, para além de pioneiro, um best seller na história do jazz fusão. O projecto foi iniciado em 1971 e durou até 1986, e tinha como núcleo duro o austríaco Zawinul e o norte-americano Shorter. Ambos partilharam da experiência que foi tocar com Miles e vários musicos de excelência pisaram os palcos, e partilharam talento com estes monstros da musica.

Peter Erskine, Victor Bailey, Airto Moreira, foram alguns dos priveligiados... Paralelamente ao projecto de Chick Corea Return to Forever, ao projecto de Herbie Hancock Headhunters, The Mahavishu Orchestra e o Pat Metheny Group, os Weather Report foram decididamente uma inspiração para muitos musicos da actualidade e sem margem para dúvida uma das bandas mais influentes e proeminentes na historia do jazz, por que não dizer da musica...

A gravação que embala a minha audição é já uma versão remasterizada pelo famoso Bob Belden e é um legado para as gerações mais novas que começam agora a tentar perceber que linguagem é esta a da fusão...

Um clássico!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Mais uma para esta semana


Por falar em Chick Corea, temos naturalmente de apresentar também aqui um músico que também se destaca no cenário do jazz, pela mestria com que toca o contrabaixo. Oriundo de Israel, mais precisamente de Kibbutz Kabri, nasce a 20 de Abril de 1970, um menino que iria ser um compositor, cantor e contrabaixista de referência.

Nem sempre o contrabaixo foi o seu instrumento de eleição, sendo que iniciou os seus estudos na música aos 9 anos com o piano, mas inspirado pelo grande Jaco Pastorius decidiu aos 14 estudar o baixo eléctrico. Apenas anos mais tarde, enquanto tocava na banda do exército, decidiu estudar o contrabaixo... ainda bem que o fez... Mudou-se para Nova Iorque e após tocar em vários projectos de Latin Jazz em vários bares, depois de tocar nas ruas, no metro e em parques, Danilo Pérez (outro excelente pianista) convidou-o para integrar o seu trio.

E em 1996 Avishai Cohen recebeu um telefonema de Chick Corea que o convidou para o seu sexteto Origin e em 2003 deixou o Chick Corea New Trio para criar o Avishai Cohen Trio com Mark Guiliana na bateria e Shai Maestro no piano (outro talento a registar). Para além da experiência que foi tocar com Chick, Cohen tocou com muita gente desde Bobby McFerrin, Herbie Hancock, Alicia Keys, etc.

O registo que aqui vos deixo hoje data de 2006 e foi intitulado pelo New York Times como um "heavy middle eastern groove with a delicate, almost new age lyricism". Chama-se Continuo e é uma mostra de como o ritmo e a repetição podem ser usados com mestria e arte.

Uma excelente gravação com muita inspiração...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sugestão da semana

Continuamos na senda dos pianistas e desta feita deixo-vos uma sugestão de outro guru do piano... Nascido a 12 de Junho de 1941, filho de um trompetista, Armando Anthony "Chick" Corea é para além de americano, um compositor e pianista exímio, dono de um génio e ritmo inigualável. Muitas das suas composições são hoje sem margem de dúvida considerados standards de jazz, fruto de uma educação musical que se iniciou aos 4 anos de idade. Aos 8 dedicou-se ao estudo da bateria como instrumento, o que mais tarde viria a explicar o uso do piano como instrumento de percussão.

Sem me alongar muito, pois este senhor também dispensa apresentações, fez parte da banda de Miles Davis atacando literalmente o Fender Rhodes nos 60's e foi pioneiro na fundação e nascimento do movimento de jazz fusão eléctrico. Nos anos 70 fundou o projecto Return to Forever. O registo que aqui deixo é uma referência não só pela qualidade da gravação, que é excelente tendo em conta os anos passados, apesar de já sujeita a processos de remasterização, mas também pela inovação, experimentalismo e musicalidade únicas.

Tem projectos a solo, em registo puramente acústico, eléctrico, electrónico, enfim uma panóplia de música que sem sombra de dúvida irá ficar na história...

My Spanish Heart, data de 1976, e combina a fusão com a musica tradicional latina, quiçá influência do grande Ernest Hemingway, também ele amante da alma espanhola. Está entre os álbuns mais aclamados de Chick Corea, mas este encontra-se apenas entre os restantes 50 Awards que recebeu em toda a sua carreira.

Vale a pena ouvir!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sugestão da semana

Estamos decididamente na semana dos pianistas... Esta semana tive mais um momento revivalista ao revisitar uma gravação das grandes obras de um dos maiores pianistas de todos os tempos... é emocionante ouvir um registo que será sem dúvida conhecido por muitos... Nascido a 8 de Maio de 1945 em Allentown, Pennsylvania, o pianista/ compositor americano que destaco, de ascendência húngaro-escocesa, é uma autoridade quer no jazz que na música classica, vulgo erúdita. Poucos conhecem esta faceta do músico mas o sax soprano e a bateria são também alguns dos seus instrumentos.

Deu o seu primeiro recital de piano aos 7 anos, que incluia já obras de Mozart, Bach e Beethoven. Na sua adolescência, cedo descobriu o jazz, e à medida que o seu interesse pelo jazz contemporaneo crescia, Dave Brubeck tornou-se uma referência. Em 1963 acabou a sua formação na Emmaus High School e mudou-se para Boston, para a Berklee College of Music. Após um ano de se ter mudado para Nova Iorque, Art Blakey contratou-o para tocar com os Jazz Messengers. Mais tarde com DeJohnette participou no Charles Lloyd Quartet e em 1969 começou a era Miles Davis...

Como Chick Corea ocupava o Fender Rhodes, Keith Jarrett tinha apenas um lugar disponivel, i.e., no orgão, e o concerto da Isle of Wight em 1970 mostra bem o seu génio na fusão e no experimentalismo, fruto de uma corrente de pensamento que a sociedade e a música viviam na altura... Muito se poderia dizer não só de Keith Jarrett, mas também da sua discografia, do seu feitio com rasgos de primadona... mas a sua genialidade ultrapassa quaisquer barreiras e permite ao ouvinte literalmente viajar para outra parte do universo... tem trabalhos a solo, em trio, jazz, clássica, you name it!

Mestre da improvisação, com uma destreza inconfundível e sem igual, o registo que deixo como sugestão condensa muito do génio que reside na mente e nos dedos de um dos maiores prodígios de sempre do jazz e da música em geral... apesar dos anos, The Koln Concert, é uma boa gravação da ECM, mas essencialmente é um registo, uma captação de um dos melhores momentos musicais da história...

Este discurso musical a solo é para ser ouvido do principio até ao fim. Sem palavras!
Volto a dizer emocionante!

Apenas como curiosidade fica aqui um excerto do concerto da Isle of Wight que faz parte de um documentário sobre, the one and only Miles Davis, onde todos os que privaram e que tiveram o privilégio de tocar com ele tecem algumas considerações, sobre a experiência que foi aprender com Miles...


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Segunda sugestão musical de 2011

Esta semana trago-vos uma escolha musical no mínimo diferente das que até então vos tenho apresentado, até porque para variar, a vida não é só Jazz Fusão... O artista em audição esta semana entrou-me ontem pela casa dentro e confesso que tendo poucas ou nenhumas referências deste género musical, estou verdadeiramente surpreendido com a singularidade deste, até então, desconhecido interprete.

O interprete em questão, de nome Iarla Ó Lionáird, nascido em Cuil Aodha (um pequeno enclave irlandês no West Cork) no ano de 1964 é um cantor/ produtor irlandês e encontra-se envolvido no movimento Afro Celta Sound System; projecto que pretende a fusão entre a musica moderna de dança como o trip-hop, techno, etc., com a musica tradicional irlandesa (Celta) e com a musica do oeste africano. Este projecto de estilo categorizado algures na gaveta do World Music, tem a grande particularidade de ter todos os seus álbuns editados na Real World Records pertença de um grande senhor da musica, Peter Gabriel.

A título de curiosidade o patriota Padraig Pearse chamou ao lugar onde este interprete nasceu, Cuil Aodha - "the capital of Gaeldom - where every rock conceals a poet's grave", visto que o canto faz parte da sua herança cultural. Cantar é a forma dominante de expressão, tal como a fiddle music está para County Clare.

Iarla Ó Lionárd é um dos mais proeminentes cantores da tradição Sean Nós (Irlandês para estilo antigo) e lançou 3 álbuns a solo, também eles gravados nos Real World Studios. O trabalho que vos apresento é o seu terceiro álbum, denominado Invisible Fields que data de 2005, e que foi considerado o Melhor Álbum Folk pelo Irish Times em 2006. Curiosamente Iarla canta no álbum de Peter Gabriel - OVO.

Uma gravação irrepreensível dos Real World Studios, quer a nível sónico quer a nível musical.
Um must have!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Primeira Sugestão musical para 2011

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades e o IVA... mas a verdade é que a música continuará sempre a fazer-nos companhia... com isto em mente é justo apresentar aqui um senhor, que tal como alguns dos aqui presentes, dispensa quaisquer apresentações. Nascido a 1 de Outubro de 1946 em Wolverhampton, Dave Holland é um dos maiores living double bass players ever!

De ascendência britânica, vive no Estados Unidos da América há mais de 4 décadas e para além de brilhante contrabaixista e compositor, tem também a sua própria editora denominada Dare2.

Escusado será dizer que literlamente tocou com TODA a gente no planeta, mas em especial com um grande senhor da música ( ele dizia que não tocava jazz... go figure) chamado Miles Davis.

Abandonou os estudos aos 15 anos de idade para se dedicar à música e rapidamente gravitou para o jazz, tendo como influencia o grande Charles Mingus e Jimmy Garrison. Apenas a título de curiosidade, Miles Davis e Philly Joe Jones ouviram Holland no Ronnie Scott's a tocar num combo de Bill Evans Trio. Jones disse a Holland que Miles queria que ele se juntasse à sua banda para substituir Ron Carter, outro grande nome do contrabaixo e do jazz.

No entanto, Miles havia deixado o UK e Holland não tinha como o contactar, mas passadas 2 semanas deste encontro frugal, Miles deu um prazo de 3 dias a Holland para se por num avião pois havia um gig no club de Count Basie em Nova York. Chegou à Big Apple na noite anterior ao espectáculo, para se juntar a Jack DeJohnette que já conhecia e no dia seguinte Herbie Hancock levou-o ao dito clube. Assim começaram os 2 anos com Miles.

Muito mais haveria para dizer deste grande senhor, dono de um ritmo e musicalidade imcomparáveis, mas é preferivél deixar a música falar por si. Neste trabalho que vos apresento, Dave Holland explora completamente o âmbito da Big Band, aliada a uma qualidade sonora própria das gravações da ECM.

Disfrutem e bom 2011!